O que é MDR? Introdução ao Modelo de
Duas Rodas O Modelo de Duas Rodas é particularmente útil para empresas de pequeno e médio porte que desejam implantar ou aprimorar a gestão da inovação.
Cerca de um terço das companhias brasileiras declaram investir em inovação de acordo com a Pesquisa de Inovação do IBGE (Pintec), que acompanha a indústria extrativista, a indústria de transformação e determinados setores de serviço do país.
No entanto, a maioria das organizações ainda não investe em inovação e, entre as que investem, nem todas conseguem conduzir a inovação como um sistema contínuo e estruturado. O problema disso é que a inovação nas empresas é fundamental para a introdução de novos produtos, processos e serviços que geram valor para o mercado.
Por isso, para apoiar as empresas a implementarem e consolidarem seus sistemas de inovação, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de Viçosa criaram o Modelo Duas Rodas (MDR), em parceria com o IEBT Innovation.
O Modelo de Duas Rodas é utilizado pelo IEBT para apoiar empresas que desejam dar início ou aprimorar seus sistemas de inovação.
Continue neste texto para entender como o Modelo de Duas Rodas funciona.Leia também: Transformação Digital: como sua empresa pode crescer com novas soluções digitais
O que é o Modelo de Duas Rodas?
O Modelo de Duas Rodas é a representação visual para a organização, o direcionamento e a sistematização da gestão da inovação nas empresas.
Ele parte da premissa de que a inovação está mais propícia a ocorrer em ambientes nos quais ela é tratada de forma sistemática. Ou seja, quando há uma estrutura bem organizada para gerenciar as políticas, os procedimentos e os processos de inovação de forma contínua.
Assim, a inovação fica menos ao sabor do acaso, da sorte ou da vontade de indivíduos específicos dentro de uma organização e passa a ser tratada como um objetivo estratégico da empresa. Para alcançar esse objetivo de inovar, usam-se ferramentas, processos e técnicas de gestão específicos. Toda essa organização facilita e contribui para tornar a inovação mais perene na empresa.
Os 4 módulos do MDR
O Modelo das Duas Rodas é formado por uma sequência de atividades reunidas e distribuídas em quatro módulos (comitê estratégico, comitê de implantação, equipes de projetos e organização do trabalho). Cada módulo contém um conjunto de ações que devem ser realizadas por grupos diferentes dentro da empresa.
O modelo prevê que os diferentes módulos funcionem de forma simultânea, ainda que as atividades devam ser realizadas de forma sequencial: têm início no comitê estratégico; depois o comitê de implantação entra em campo e, por fim, vêm as atividades das equipes de projeto. De modo transversal, todas as atividades são apoiadas pelo módulo de organização do trabalho.
Assim, o modelo deixa claro que existem diferentes níveis de envolvimento com o processo de inovação, mas que a empresa como um todo deve ser envolver, em seus diversos níveis hierárquicos.
Uma analogia com o PDCA
Os dois primeiros módulos (comitês estratégico e de implantação) foram desenhados a partir de uma analogia com o PDCA, que é amplamente utilizado na gestão da qualidade. Essa base traz para a inovação um modelo robusto e bem conhecido no mundo empresarial, que prevê a o planejamento, a execução e a verificação dos resultados como parte de um ciclo contínuo e coletivo:
· P â Planejamento
· D â Execução
· C â Checagem
· A â Aprimoramento
Confira o Modelo de Duas Rodas em funcionamento na imagem a seguir:
· Módulo 1: Comitê estratégico
O Modelo de Duas Rodas prevê a criação de um comitê estratégico, formado por pessoas da alta administração da empresa. Esse comitê tem como função criar os objetivos estratégicos de inovação da companhia, a partir da estratégia geral do negócio, e destinar recursos. De forma prática, para criar esse foco, o modelo recomenda que sejam seguidos sete passos:
1. Identificar desafios para o crescimento da empresa;
2. Analisar os negócios da empresa;
3. Idealizar os Objetivos Estratégicos da Inovação (OIE);
4. Planejar as ações para alcançar os OIE por meio do Plano Estratégico de Inovação (PEI);
5. Executar o PEI;
6. Acompanhar o desenvolvimento do Sistema de Inovação;
7. Aprimorar o SI.
· Módulo 2: Comitê de implantação
A segunda roda do Modelo de Duas Rodas é formada pelo comitê de implantação, que tem papel tático e, portanto, normalmente conta com gerentes e supervisores. Sua função é, a partir dos objetivos estratégico de inovação definidos pelo outro comitê, selecionar e priorizar os projetos de inovação que farão sentido para a empresa e a ajudarão a atingir esses objetivos. O comitê de implantação, portanto, é responsável pela gestão do portfólio de projetos de inovação e pelo monitoramento dos resultados.
Essa etapa é composta por oito passos:
1. Definir/revisar classes de projetos e critérios;
2. Cadastrar novas ideias e classificá-las;
3. Revisar classificação de projetos ativos e em espera;
4. Comparar ideias e projetos e tomar decisão;
5. Definir/revisar plano agregado de projetos;
6. Desenvolver os projetos de inovação â PD Projetos;
7. Gerir o plano agregado e desempenho dos projetos (indicadores);
8. Aprendizagem.
· Módulo 3: Equipe de projetos
De acordo com a definição dos projetos de inovação que serão trabalhados pela empresa, o CI deve selecionar quem serão as pessoas responsáveis por desenvolvê-los. Esses colaboradores escolhidos formam a equipe de projetos, que devem ser multifuncional.
Diferentemente dos dois primeiros módulos, esta etapa se baseia em atividades de gestão de projetos, que também já são conhecidas no meio empresarial.
São, basicamente, três atividades:
1. Conceituação do produto do projeto;
2. Desenvolvimento;
3. Difusão da inovação.
Antes de passar de uma atividade para a outra, o modelo prevê pontos de decisão. Ou seja, o grupo verifica a viabilidade do projeto e decide se faz sentido passar para a atividade seguinte. Esse processo é conhecido como stage gates.
· Módulo 4: Organização do trabalho
Por fim, de modo transversal, temos a organização do trabalho. Esse módulo foi criado a partir do entendimento de que a empresa que deseja inovar precisa também criar mecanismos para apoiar todas as equipes envolvidas na gestão e na execução da inovação.
Assim, ao longo de todo o sistema de inovação, a empresa deve buscar promover a aprendizagem, a transferência de conhecimento e a valorização da cultura da inovação na companhia.
Para isso, este módulo prevê quatro frentes de atuação:
1. Desenvolvimento de competências para a inovação;
2. Organização para o cotidiano de inovação e gestão de ideias;
3. Introdução da inovação na cultura;
4. Plano para Sistema de Gestão de Ideias.
Vantagens e benefícios do Modelo de Duas Rodas
O Modelo de Duas Rodas é especialmente interessante para pequenas e médias empresas, que estão dando início aos seus processos de inovação.
Se, por um lado, a gestão da inovação é um desafio para todas a empresas, para as pequenas o esforço é especialmente significativo devido a limitações de equipe, conhecimentos específicos relacionados à inovação e acesso a recursos financeiros.
O relatório A dinâmica inovativa das empresas de pequeno porte do Brasil, publicado pelo IPEA, mostra que as empresas de micro e pequeno porte destinam uma parcela significativamente maior de suas receitas para as atividades de inovação, quando comparadas com as empresas de grande porte.
Por isso é tão importante que esse investimento seja feito dentro de forma assertiva. Especialmente quando se considera o volume de organizações que têm investido em inovação. Segundo o mesmo relatório, empresas de micro e pequeno porte representam 88,3% das empresas inovadoras e 70,7% daquelas que realizam atividades internas de P&D.
É neste contexto que o Modelo de Duas Rodas se aplica. Ele cria um passo a passo para que as empresas criem um sistema robusto de inovação independentemente de seu porte e de suas possibilidades de investimento.
Por meio do Modelo de Duas Rodas, empresas de todos os portes conseguem visualizar quais são os recursos necessários e se organizar para colocar em funcionamento um mecanismo testado e validado.
Para se ter uma ideia, por meio de uma parceria com a FIEMG, o IEBT aplicou o Modelo de Duas Rodas em cerca de 40 indústrias de Minas Gerais. Essa série de implantações mostrou que, mesmo que cada empresa tenha desafios muito específicos, o Modelo de Duas Rodas consegue auxiliar o desenvolvimento da inovação de forma robusta.
Com adaptações de acordo com necessidades particulares de cada empresa, o Modelo de Duas Rodas é capaz de trabalhar a estratégia, a implementação, a gestão do portfólio e a organização do trabalho.
Leia também: Squads: dicas para reter desenvolvedores talentosos
O Modelo de Duas Rodas é particularmente útil para empresas de pequeno e médio porte que desejam implantar ou aprimorar a gestão da inovação.
Cerca de um terço das companhias brasileiras declaram investir em inovação de acordo com a Pesquisa de Inovação do IBGE (Pintec), que acompanha a indústria extrativista, a indústria de transformação e determinados setores de serviço do país.
No entanto, a maioria das organizações ainda não investe em inovação e, entre as que investem, nem todas conseguem conduzir a inovação como um sistema contínuo e estruturado. O problema disso é que a inovação nas empresas é fundamental para a introdução de novos produtos, processos e serviços que geram valor para o mercado.
Por isso, para apoiar as empresas a implementarem e consolidarem seus sistemas de inovação, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade de Viçosa criaram o Modelo Duas Rodas (MDR), em parceria com o IEBT Innovation.
O Modelo de Duas Rodas é utilizado pelo IEBT para apoiar empresas que desejam dar início ou aprimorar seus sistemas de inovação.
Continue neste texto para entender como o Modelo de Duas Rodas funciona.Leia também: Transformação Digital: como sua empresa pode crescer com novas soluções digitais
O que é o Modelo de Duas Rodas?
O Modelo de Duas Rodas é a representação visual para a organização, o direcionamento e a sistematização da gestão da inovação nas empresas.
Ele parte da premissa de que a inovação está mais propícia a ocorrer em ambientes nos quais ela é tratada de forma sistemática. Ou seja, quando há uma estrutura bem organizada para gerenciar as políticas, os procedimentos e os processos de inovação de forma contínua.
Assim, a inovação fica menos ao sabor do acaso, da sorte ou da vontade de indivíduos específicos dentro de uma organização e passa a ser tratada como um objetivo estratégico da empresa. Para alcançar esse objetivo de inovar, usam-se ferramentas, processos e técnicas de gestão específicos. Toda essa organização facilita e contribui para tornar a inovação mais perene na empresa.
Os 4 módulos do MDR
O Modelo das Duas Rodas é formado por uma sequência de atividades reunidas e distribuídas em quatro módulos (comitê estratégico, comitê de implantação, equipes de projetos e organização do trabalho). Cada módulo contém um conjunto de ações que devem ser realizadas por grupos diferentes dentro da empresa.
O modelo prevê que os diferentes módulos funcionem de forma simultânea, ainda que as atividades devam ser realizadas de forma sequencial: têm início no comitê estratégico; depois o comitê de implantação entra em campo e, por fim, vêm as atividades das equipes de projeto. De modo transversal, todas as atividades são apoiadas pelo módulo de organização do trabalho.
Assim, o modelo deixa claro que existem diferentes níveis de envolvimento com o processo de inovação, mas que a empresa como um todo deve ser envolver, em seus diversos níveis hierárquicos.
Uma analogia com o PDCA
Os dois primeiros módulos (comitês estratégico e de implantação) foram desenhados a partir de uma analogia com o PDCA, que é amplamente utilizado na gestão da qualidade. Essa base traz para a inovação um modelo robusto e bem conhecido no mundo empresarial, que prevê a o planejamento, a execução e a verificação dos resultados como parte de um ciclo contínuo e coletivo:
· P â Planejamento
· D â Execução
· C â Checagem
· A â Aprimoramento
Confira o Modelo de Duas Rodas em funcionamento na imagem a seguir:
· Módulo 1: Comitê estratégico
O Modelo de Duas Rodas prevê a criação de um comitê estratégico, formado por pessoas da alta administração da empresa. Esse comitê tem como função criar os objetivos estratégicos de inovação da companhia, a partir da estratégia geral do negócio, e destinar recursos. De forma prática, para criar esse foco, o modelo recomenda que sejam seguidos sete passos:
1. Identificar desafios para o crescimento da empresa;
2. Analisar os negócios da empresa;
3. Idealizar os Objetivos Estratégicos da Inovação (OIE);
4. Planejar as ações para alcançar os OIE por meio do Plano Estratégico de Inovação (PEI);
5. Executar o PEI;
6. Acompanhar o desenvolvimento do Sistema de Inovação;
7. Aprimorar o SI.
· Módulo 2: Comitê de implantação
A segunda roda do Modelo de Duas Rodas é formada pelo comitê de implantação, que tem papel tático e, portanto, normalmente conta com gerentes e supervisores. Sua função é, a partir dos objetivos estratégico de inovação definidos pelo outro comitê, selecionar e priorizar os projetos de inovação que farão sentido para a empresa e a ajudarão a atingir esses objetivos. O comitê de implantação, portanto, é responsável pela gestão do portfólio de projetos de inovação e pelo monitoramento dos resultados.
Essa etapa é composta por oito passos:
1. Definir/revisar classes de projetos e critérios;
2. Cadastrar novas ideias e classificá-las;
3. Revisar classificação de projetos ativos e em espera;
4. Comparar ideias e projetos e tomar decisão;
5. Definir/revisar plano agregado de projetos;
6. Desenvolver os projetos de inovação â PD Projetos;
7. Gerir o plano agregado e desempenho dos projetos (indicadores);
8. Aprendizagem.
· Módulo 3: Equipe de projetos
De acordo com a definição dos projetos de inovação que serão trabalhados pela empresa, o CI deve selecionar quem serão as pessoas responsáveis por desenvolvê-los. Esses colaboradores escolhidos formam a equipe de projetos, que devem ser multifuncional.
Diferentemente dos dois primeiros módulos, esta etapa se baseia em atividades de gestão de projetos, que também já são conhecidas no meio empresarial.
São, basicamente, três atividades:
1. Conceituação do produto do projeto;
2. Desenvolvimento;
3. Difusão da inovação.
Antes de passar de uma atividade para a outra, o modelo prevê pontos de decisão. Ou seja, o grupo verifica a viabilidade do projeto e decide se faz sentido passar para a atividade seguinte. Esse processo é conhecido como stage gates.
· Módulo 4: Organização do trabalho
Por fim, de modo transversal, temos a organização do trabalho. Esse módulo foi criado a partir do entendimento de que a empresa que deseja inovar precisa também criar mecanismos para apoiar todas as equipes envolvidas na gestão e na execução da inovação.
Assim, ao longo de todo o sistema de inovação, a empresa deve buscar promover a aprendizagem, a transferência de conhecimento e a valorização da cultura da inovação na companhia.
Para isso, este módulo prevê quatro frentes de atuação:
1. Desenvolvimento de competências para a inovação;
2. Organização para o cotidiano de inovação e gestão de ideias;
3. Introdução da inovação na cultura;
4. Plano para Sistema de Gestão de Ideias.
Vantagens e benefícios do Modelo de Duas Rodas
O Modelo de Duas Rodas é especialmente interessante para pequenas e médias empresas, que estão dando início aos seus processos de inovação.
Se, por um lado, a gestão da inovação é um desafio para todas a empresas, para as pequenas o esforço é especialmente significativo devido a limitações de equipe, conhecimentos específicos relacionados à inovação e acesso a recursos financeiros.
O relatório A dinâmica inovativa das empresas de pequeno porte do Brasil, publicado pelo IPEA, mostra que as empresas de micro e pequeno porte destinam uma parcela significativamente maior de suas receitas para as atividades de inovação, quando comparadas com as empresas de grande porte.
Por isso é tão importante que esse investimento seja feito dentro de forma assertiva. Especialmente quando se considera o volume de organizações que têm investido em inovação. Segundo o mesmo relatório, empresas de micro e pequeno porte representam 88,3% das empresas inovadoras e 70,7% daquelas que realizam atividades internas de P&D.
É neste contexto que o Modelo de Duas Rodas se aplica. Ele cria um passo a passo para que as empresas criem um sistema robusto de inovação independentemente de seu porte e de suas possibilidades de investimento.
Por meio do Modelo de Duas Rodas, empresas de todos os portes conseguem visualizar quais são os recursos necessários e se organizar para colocar em funcionamento um mecanismo testado e validado.
Para se ter uma ideia, por meio de uma parceria com a FIEMG, o IEBT aplicou o Modelo de Duas Rodas em cerca de 40 indústrias de Minas Gerais. Essa série de implantações mostrou que, mesmo que cada empresa tenha desafios muito específicos, o Modelo de Duas Rodas consegue auxiliar o desenvolvimento da inovação de forma robusta.
Com adaptações de acordo com necessidades particulares de cada empresa, o Modelo de Duas Rodas é capaz de trabalhar a estratégia, a implementação, a gestão do portfólio e a organização do trabalho.
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